RIQUEZA, BELEZA E BIODIVERSIDADE
O cenário que apresentaremos a seguir mostra a inserção de nossa propriedade no contexto de preservação da fauna e da flora na região.
Fazemos divisa com os grandes parques estaduais e colaboramos na proteção de suas fronteiras e também servimos de referência para diversas ações, além de fazermos parte dos conselhos destes parques.
Se considerarmos que esta grande área preservada não possui fronteiras, quando apresentamos as características da fauna e flora e de sua preservação no Parque Estadual Intervales na sua face voltada ao vale do Paranapanema, estas características passam a valer para a nossa propriedade
Segundo trabalho publicado pelo Departamento de Geografia da FFLCH da USP, “O Parque Estadual Intervales foi a última grande área remanescente da Mata Atlântica declarada especialmente protegida de forma restritiva em São Paulo; embora, a rigor, sua conservação estivesse assegurada desde a aquisição em 1987. Desta forma, a Serra do Mar recebeu proteção restrita para seus ecossistemas de escarpa, mesmo persistindo descontinuidade em alguns trechos, sob a égide também de parque estadual, totalizando cerca de 611.438,75 ha, que corresponde aproximadamente a 2/3 da área total protegida nas unidades de conservação estrita do Estado.
Orientada no sentido NE-SW, acompanhando a direção brasileira da Serra do Mar, esta extensa seqüência de parques naturais interioriza-se e perfaz um grande arco de inflexão, distanciando-se da linha da costa, nas porções do maciço montanhoso ao sul do Estado. A ampliação desses alongados parques estaduais com a inclusão de ecossistemas de planície ou planalto, nos rumos sul e norte, permitiria abrigar novos ambientes e oferecer maior representatividade da flora e fauna.
A Serra do Mar, denominada Paranapiacaba em tupi-guarani, ou seja, montanha que detém o mar, recebe sucessivos nomes regionais ao longo de seu traçado. Divide em suas cumeeiras as águas da província costeira, que deságuam no Atlântico, daquelas que correm para o interior do Estado, formando os rios Tietê e Paranapanema. Intervales apresenta, portanto, um ambiente serrano, abarcando trechos de relevo muito movimentado na escarpa propriamente dita, ou seja, sua porção sul. O norte da unidade, embora com ocorrência de relevos serranos, apresenta amplitudes topográficas mais baixas e declividade mais suave. O relevo montanhoso, com altitudes que variam de 1.100 m até 80 m, e a presença de diferentes rochas e solos contribuem para a formação de diversas fisionomias florestais e fauna associada, com alta biodiversidade. Além disso, possui rico patrimônio espeleológico, com dezenas de cavernas calcárias. A região recebe visitantes de todo os pontos do planeta que para lá se dirigem em busca de suas atrações naturais. Os mais assíduos freqüentadores internacionais dessa mata tupiniquim são os observadores de pássaros vindos da Europa e dos EUA. Os argonautas pós-modernos cruzam os oceanos atrás da visão arrebatadora de aves raras, como a jacutinga. Ela está na lista negra dos bichos ameaçados de extinção e é encontrada apenas em trechos de mata muito fechada. Já foram registradas no parque pelo menos 332 espécies de aves, o dobro do que existe em toda a Europa.
A preservação de espécies como a jacutinga, a onça pintada, o mono-carvoeiro e outras que precisam de espaço, só foi possível graças à extensa seqüência de parques naturais que se interiorizam, distanciando-se da linha costeira avançando pelas escarpas serranas em variantes de altitude que vão dos 60 aos 1.095 m.
Os predadores de maior porte, chamados de topo de cadeia, são os mais afetados pela fragmentação das florestas. Eles precisam de espaço para caçar e alimentar filhotes. É o caso da onça pintada. A bichinha necessita de pelo menos 50 km2 para afiar as garras. Por lá eles podem sobreviver, pois o continuum de Paranapiacaba, cujo núcleo é o Parque Intervales, faz conexão com outras unidades de conservação como o Parque Carlos Botelho, a Estação Ecológica de Xitué e o Parque Turístico do Alto Ribeira (Petar). São mais de 140 mil hectares de área florestada, incluindo o conjunto de reservas e propriedades particulares como a fazenda Paraíso.
A rica diversidade de espécies faunísticas encontrada na região pode ser explicada pelos diferentes estágios de desenvolvimento da vegetação, onde num pequeno espaço físico, existem muitas diferenças fisiográficas e mosaicos sucessionais. Sendo assim, a fauna existente é representativa de todos os níveis da floresta.
Quanto aos mamíferos, a jaguatirica, a onça-pintada e o macaco mono-carvoeiro (maior primata das Américas), animais ameaçados à extinção, ainda são encontrados nas trilhas da região. Outras espécies como anta, gambá, tamanduá-mirim, macaco-prego, veados, roedores e morcegos compõem a mastofauna de Intervales, que pode ser considerada como muito pouco alterada pela ação do homem. As espécies de répteis encontradas no parque se resumem a serpentes, lagartos,cobras-cegas, tartarugas e jacarés. Os anfíbios, anuros, são representados por vasta diversidade de espécies de sapos, rãs e pererecas. Os peixes como lambaris, canivetes e cascudos podem ser encontrados em rios de pequeno porte. Assim como toda a fauna de Intervales, os insetos também apresentam grande diversidade. A fauna de insetos de Intervales também é bastante diversificada. Libélulas e insetos que vivem nas bromélias podem ser facilmente observados.
A rica avifauna característica da região é influenciada principalmente pelos invernos frios, que pode ser a explicação da ausência de algumas espécies e, pela forte umidade que favorece a manutenção de fauna e flora exuberantes.
Existem três grupos de aves que podem ser avistadas: – as aves encontradas ao longo de todo o ano; -as aves encontradas durante o verão; as aves encontradas durante o inverno. Muitos turistas e ornitólogos visitam nossa região, buscando a observação de ampla variedade de pássaros e seus respectivos cantos”.
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